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Um recorte da minha história

  • Foto do escritor: Marina  D'Amorim
    Marina D'Amorim
  • 12 de set.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 13 de set.

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato.” clarice lispector.

Quem é, para além da psicóloga, a Marina? a mulher, irmã, filha, amiga.. quem sou eu, quando não estou nesse lugar de psicoterapeuta? Hoje eu vou sentar no sofá de vocês e contar, um pouco, da minha história.


Prazer, me chamo Marina, sou baiana, tenho 28 anos e guardo em mim o calor desse lugar lindo e o apreço pelo verão (minha estação preferida).


Posso dizer que sou feita de todos os lugares que morei (já morei em quatro cidades e sou apaixonada por viajar e conhecer lugares diferentes), as histórias que vivi e tudo que sigo aprendendo sobre mim. Todos os dias, eu me conheço um pouco mais.


Ao longo da minha vida, já me re-criei algumas vezes. Mas algo permaneceu: a minha sensibilidade. Enquanto psicoterapeuta, penso que é uma das minhas maiores potências.

Ser sensível. Me permitir sentir com, viver com, estar honestamente ali no encontro.


A minha sensibilidade me ajuda

a mergulhar nos encontros.

A minha sensibilidade afina a minha escuta.

A minha sensibilidade repara no corpo,

na voz, na mudança sutil.

Mesmo com tanto tempo de estudo, a

prática precisa desse sentir.

O sentir a teoria não ensina.


Por ser essa pessoa tão sensível, o mundo sempre me atravessou, surpreendeu e encantou. Na mesma intensidade, me doeu, me machucou, me afundou. Sou feita de marés e aprendo todos os dias a acolher meus ritmos.


A literatura sempre esteve presente em minha vida e foi muitas vezes, aliada a escrita, o meu refúgio do mundo. Já me perdi algumas vezes de mim, mas as palavra me encontram e me ajudam a retornar. Escrevo e logo sinto. Sinto e por isso sou.


Sentir muito em um mundo racional, nem sempre é fácil. Mas cresci assim: toda coração. Questionava as pessoas, o mundo, a vida.


Resolvi estudar Psicologia ainda adolescente, movida pelo desejo de “mudar o mundo”. Hoje, já percebo diferente, não quero -e nem posso!- mudar o mundo, quero acompanhar pessoas. Me cativa a possibilidade de, enquanto psicóloga, proporcionar um espaço seguro de crescimento. Acredito na expressão dos afetos como encontro consigo.


Me sinto realizada ao acompanhar as mudanças das pessoas que vivem a terapia comigo. Afinal, é na relação que a mudança pode acontecer.


Vivi um tanto disso na minha terapia. Com minha psicóloga, passei a me expressar, a dialogar com o que sinto e a acolher as dores e alegrias de ser quem eu sou e me responsabilizar pela minha vida. Ter um espaço seguro para mim, mudou a minha história. Hoje eu entendo que, para ser a pessoa e psicóloga que sou, eu preciso cuidar primeiro de mim.


Percebi uma contradição nesse texto: não consigo falar de mim sem falar do meu trabalho e isso, por si só, diz muito.


Tenho essa mania de escrever demais, sentir demais, amar demais. Eu gosto muito de gente, carne e osso. Gente de verdade, sabe? Tenho uma curiosidade pela existência. Gosto de acreditar o seguinte: onde estou, existe a possibilidade do encontro, onde estou existe (muito) afeto, onde estou existe a poesia (carrego ela comigo, mas fui escolhida por ela). Sou o excesso de mim e minha maior falta. No final, sou o que fica por escrever.


Me experimento no mundo e cresço a medida que me permito me aproximar de mim e de todas as minhas partes. A parte que ri e a parte que chora. Mas não caminho só: me cerco de mulheres incríveis que tanto admiro e elas fortalecem a minha caminhada.


E se tem algo que eu aprendi ao longo desses anos é que quando me aproximo de quem sou, me aproximo de uma vida que faz sentido pra mim. Então, caro leitor, quero te deixar com uma pergunta e não se apresse em responder: O que você pode fazer, pra se aproximar cada vez mais de você?


Do outro lado da poltrona (ou da tela nos encontros remotos) existe uma psicóloga tão humana quanto você.


Com carinho e afeto,

Marina (a sua psi)





 
 
 

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